A experiência é o que temos de único e imensurável para oferecer aos outros - Edu Adas

A experiência é o que temos de único e imensurável para oferecer aos outros

Como vivências pessoais e 15 mil projetos podem fazer a diferença

Existem algumas perguntas que, de cara, preferíamos não responder. Mas é engraçado que elas se repetem, como um insistente chamado para encararmos o que não é exatamente confortável. Ou como um gentil convite para nos darmos conta de que não há nada de errado com as tais respostas. Ao contrário, há sim motivos para se orgulhar e, portanto, compartilhar – é assim que eu, um otimista crônico, costumo entender as oportunidades da vida.

 – Você se incomoda com o fato de ter sido o pioneiro no seu mercado e hoje ter alguns concorrentes?

 A questão veio de uma seguidora no Instragram, onde tenho o projeto #sosSOAP, um espaço para as pessoas me fazerem qualquer tipo de pergunta. Não foi a primeira nem a segunda (nem a terceira) vez que me perguntaram algo do tipo em relação à SOAP – State of the Art Presentations, empresa da qual sou sócio e cofundador. Durante os primeiros anos de expansão do mercado de apresentações corporativas no Brasil, não vou mentir, eu tinha ciúme dos novos competidores.

Hoje, não tenho mais. Tanto que, há alguns anos, resolvemos ensinar tudo o que aprendemos na SOAP, por meio de palestras, workshops e treinamentos. Faz uns bons anos que entendi qual era o meu lugar.

O meu diferencial como profissional – e o da SOAP como empresa – não está (apenas) nos serviços e produtos que criamos. Mas, também, no nosso capital intelectual intransferível.

Em outras palavras, o capital intelectual é basicamente a experiência acumulada ao longo de 16 anos de SOAP, com a prática diária nesse mercado. O conhecimento empírico adquirido em mais de 15 mil projetos. Nas noites que eu e meu primeiro sócio passávamos em claro uma vez por semana, nos primeiros meses do negócio – quando havia trabalho demais e apenas nós dois para realizarmos. Nas noites que agora eu e meu atual sócio nos dedicamos a encontrar novas maneiras de fazer projetos similares e conseguir resultados ainda melhores. Em milhares de horas de reunião com clientes de diversos setores como varejo, mercado financeiro e indústria de bens e serviços. Em resumo: a vivência acumulada em cada passo do caminho que percorri para chegar onde estou hoje.

Na prática, a experiência se traduz em conselhos difíceis de prever, mas que podem fazer a diferença para os clientes, permitindo que eles peguem um atalho na comunicação de momentos decisivos de suas vidas, evitando erros nem sempre visíveis.

Em uma noção, muitas vezes difícil de traduzir em explicações racionais, sobre o que funciona ou não para cada público. É essa bagagem, imensurável, que me faz recomendar a um diretor de empresa que mude um ou dois slides para se comunicar melhor com sua audiência. Ou a sacar que algumas frases podem soar melhor ou pior em diferentes contextos.

Quando tudo realmente começou

A minha familiaridade com a comunicação é, na verdade, bem anterior à criação da SOAP – e não começou de uma maneira muito positiva. Na adolescência, eu era extremamente tímido e me tornei gago. Falar em público era uma trava. Às vezes, até motivo de desespero. Por exemplo, quando a professora de português da minha turma me mandava fazer leituras diante de toda a classe. Aqueles foram alguns dos piores momentos da minha juventude.

A comunicação era um desafio enorme para mim. Até que cansei daquela barreira. Sabia que para ter sucesso em praticamente qualquer área da vida, precisava saber me comunicar.

Resolvi usar os recursos que conhecia para mudar minha situação.

Passei dois anos estudando livros e participando de cursos sobre o assunto, em diversas áreas. Entendi como as crenças são formadas em nossas vidas e como é possível modificar aquelas que barram nosso desenvolvimento. Por volta dos 17 anos, deixei de ser gago. Aquela foi minha primeira grande conquista pessoal – que, em alguns anos, se misturaria com minha carreira.

Hoje comemoro o fato de ter ajudado a inaugurar um novo nicho, que defino como o mercado de apresentações de alto impacto e responsável por ajudar as pessoas e empresas em seus momentos decisivos.

O resultado da comunicação nesses momentos cruciais pode ser determinante na felicidade de uma pessoa. Mas isso não foi planejado. Não tinha ideia de estar me preparando para isso enquanto me dedicava a superar minhas próprias dificuldades de comunicação durante a adolescência. Nem mesmo quando virava noites cuidando de cada detalhe das apresentações dos primeiros clientes.

O que eu sabia era que estava fazendo algo que acreditava ser extremamente relevante para mim e para o mundo e o fato de hoje não sermos mais os únicos do mercado só comprova que estava certo.

E na sua vida, quando a comunicação fez a diferença? Compartilhe também seus momentos marcantes!

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